quinta-feira, 29 de junho de 2017

MAIS UM TEMA PARA TREINAR!

O sistema prisional brasileiro e seus efeitos no século XXI

Mensagem por Francis Bacon em Seg Fev 20, 2017 5:10 pm

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua forma- ção, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: O sistema prisional brasileiro e seus efeitos no século XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1
Em 1989, a gravação de um vídeo sobre aids me levou à Casa de Detenção de São Paulo, o antigo Carandiru. Ao entrar no presídio, fui tomado por uma excitação infantil tão perturbadora que voltei duas semanas mais tarde para falar com o diretor. Nessa conversa acertamos que eu iniciaria um trabalho voluntário de atendimento médico e palestras educativas, tarefa que me permitiu penetrar fundo na vida do maior presídio da América Latina, experiência descrita no livro Estação Carandiru, adaptado para o cinema por Hector Babenco.
Fui médico voluntário na Detenção durante treze anos, até a implosão no final de 2002. No começo, encontrei muita dificuldade no relacionamento com os funcionários; não porque me tratassem mal, pelo contrário, eram gentis e atenciosos, mas desconfiados. (…)
A desconfiança tinha razões: alienígenas criam problemas nas cadeias, microambientes sociais regidos por um código de leis de tradição oral, complexo a ponto de prever todos os acontecimentos imagináveis sem necessidade de haver uma linha sequer por escrito. O novato é antes de tudo um ingênuo nesse universo em que a interpretação acurada dos fatos exige o olhar cauteloso de homens calejados.
Com o passar dos anos, fiz amigos entre eles, alguns dos quais se tornaram íntimos. Duas razões contribuíram para que me aceitassem como personagem do meio, ou “do Sistema”, como costumam referir-se aos funcionários do Sistema Penitenciário.
A primeira foi o exercício da medicina. Homens como eles ganham mal e dependem da assistência dos hospitais públicos. Perdi a conta de quantas consultas, de quantos conselhos sobre a saúde de familiares me foram pedidos e do número de internações e tratamentos que tentei conseguir — muitas vezes em vão.
A segunda foi por iniciativas menos nobres. A natureza do trabalho dos guardas de presídio pouco os diferencia da condição do prisioneiro, exceto o fato de que saem em liberdade no fim do dia, ocasião em que o bar é lenitivo irresistível para as agruras do expediente diário. (…)
Demolida a Detenção, a convite do funcionário Guilherme Rodrigues passei a atender na Penitenciária do Estado, prédio construído pelo arquiteto Ramos de Azevedo nos anos 1920, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico. Escolhi a Penitenciária por ser acessível de metrô, por ter mais de 3 mil presos e por ser dirigida pelo dr. Maurício Guarnieri, com quem eu tinha trabalhado na Detenção. Situada na parte de trás do Complexo do Carandiru, na avenida Ataliba Leonel, a Penitenciária do Estado um dia foi orgulho dos paulistas. Nas décadas de 1920 a 1940 não havia visitante ilustre na cidade que não fosse levado para conhecer as dependências do presídio considerado modelo internacional, não só pelas linhas arquitetônicas, mas pela filosofia de “regeneração” dos sentenciados baseada no binômio silêncio e trabalho.
O prédio tem três pavilhões de quatro andares unidos por uma galeria central que os divide em duas alas Red. de celas: as pares e as ímpares, cada uma das quais termina numa oficina de trabalho; no fundo, um cinema grande, um campo de futebol e áreas para o cultivo de hortaliças.
Quando cheguei, o clima era de franca decadência: paredes infiltradas de umidade, ação elétrica exteriorizada repleta de gambiarras, grades enferrujadas, o velho cinema em ruínas, nem resquício das hortas, e o campo de futebol desativado para evitar resgates aéreos.
Projetadas para ocupação individual, as celas abrigavam dois homens cada uma, situação ainda assim incomparavelmente mais confortável que a dos xadrezes coletivos do Carandiru e dos Centros de Detenção Provisória.
Os funcionários mais antigos lamentavam a deterioração. Como disse Guilherme Rodrigues, ex-diretor-geral da Penitenciária, no início dos anos 2000:
— No passado, isso aqui era um brinco, tudo limpinho, organizado. Dava gosto trabalhar. Nós entrávamos para o trabalho diário em formação militar, o de trás marchava com a mão no ombro do companheiro da frente, como se estivéssemos no exército. (Trecho de “Carcereiros”, de Drauzio Varella. Companhia das Letras: 2012)

Texto 2
A desestruturação do sistema prisional traz à baila o descrédito da prevenção e da reabilitação do condenado. Nesse sentido, a sociedade brasileira encontra-se em momento de extrema perplexidade em face do paradoxo que é o atual sistema carcerário brasileiro, pois de um lado temos o acentuado avanço da violência, o clamor pelo recrudescimento de pena e, do outro lado, a superpopulação prisional e as nefastas mazelas carcerárias.
Vários fatores culminaram para que chegássemos a um precário sistema prisional. Entretanto, o abandono, a falta de investimento e o descaso do poder público ao longo dos anos vieram por agravar ainda mais o caos chamado sistema prisional brasileiro. Sendo assim, a prisão que outrora surgiu como um instrumento substitutivo da pena de morte, das torturas públicas e cruéis, atualmente não consegue efetivar o fim correcional da pena, passando a ser apenas uma escola de aperfeiçoamento do crime, além de ter como característica um ambiente degradante e pernicioso, acometido dos mais degenerados vícios, sendo impossível a ressocialização de qualquer ser humano. (Trecho disponível em: http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/59/artigo213019-5.asp)

Texto 3
Pessoas feridas, celas superlotadas e uma alimentação precária. Essas são as principais lembranças que o padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, tem das três visitas que fez ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Amazonas, 56 pessoas morreram em um conflito entre membros de duas facções criminosas nesse presídio durante um motim que durou cerca de 17 horas. Uma inspeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em outubro de 2016 classificou a unidade como “péssima”.
“Aquilo é uma fábrica de tortura, que produz violência e cria monstros. É um ambiente de tensão e barbárie constante”, afirmou o padre Valdir Silveira em entrevista à BBC Brasil.
De acordo com ele, durante as três visitas que fez ao local em 2015 encontrou pessoas com ferimentos e doentes. Mas, segundo o padre, os internos não fizeram nenhuma denúncia por medo de represálias e, desde então, só recebeu relatos de que a situação se agravou ainda mais na unidade.
Silveira afirma, porém, que encontrou situação semelhante em diversos presídios do país. “Você vê isso em todos os Estados. É uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento no país inteiro. No presídio do Humaitá, também no Amazonas, a situação é ainda mais precária”, relata ele. (Trecho disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38492771)

quarta-feira, 28 de junho de 2017

PROPOSTA DE REDAÇÃO - PREPARE-SE!

Esporte no Brasil: ferramenta de inclusão social ou
meritocracia excludente?

A partir da leitura dos fragmentos de textos colocados abaixo e de seus argumentos sobre o tema, elabore um texto dissertativo-argumentativo, com o uso da norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema: Esporte no Brasil: ferramenta de inclusão social ou meritocracia excludente? Apresente uma proposta de intervenção. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos em defesa de um ponto de vista.


TEXTOS DA PROPOSTA:

TEXTO 1
“O esporte é uma importante arma social para melhor desenvolvimento da nação, visando aproximar os povos e fazer com que estes exercitem não somente o corpo, mas também a mente, para que possam obter resultados mais expressivos na sua vida, seja ela profissional, estudantil ou dedicada ao lazer.
Segundo a definição do dicionário Houaiss, “esporte é a atividade física regular, com fins de recreação e/ou manutenção do condicionamento corporal e da saúde”.
A prática regular do esporte, além de uma vida mais saudável, proporciona ao praticante, uma forte inclusão social, que inclui um ciclo de amizades e diversão.”
(Fonte: ttp://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7467 consultado em 16 de agosto de 2015.)

TEXTO 2
“(...) A crítica à utilização dos esportes como instrumento de inclusão encontra-se disseminada em setores do meio acadêmico, em particular nos cursos de formação em educação física, com a difusão da ideia de que o esporte é um mal em si, sendo impossível a sua utilização para a autonomia e emancipação dos membros das camadas populares. Mais ainda, o esporte por “essência” seria excludente por selecionar os melhores. Contrária a esta perspectiva, ainda encontramos as crenças nos benefícios dos esportes para a melhoria da qualidade de vida dos participantes ou para a formação social dos mesmos (GAYA, 2009; STIGGER, 2009; VAZ, 2009).” (Fonte: VIANNA, J.A. & LOVISOLO, H.R. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.25, n.2, p.285-96, abr./jun. 2011. pg. 287.)

TEXTO 3
“A mídia atua na formação e disseminação da visão do esporte que é passada atualmente para a sociedade: o esporte como espetáculo, como possibilidade de ascensão socioeconômica (entenda-se melhoria da qualidade financeira e status social), como mercadoria e consumo.
“(...)
“Podemos perceber que atualmente na mídia há uma predominância quase total do “Esporte Rendimento” (ou “Esporte Espetáculo”) em detrimento do “Esporte Saúde e/ou Social”. Pouco se vê reportagens falando sobre os benefícios de determinado esporte para a saúde, ou, raramente se vê alguma reportagem falando sobre algum projeto social esportivo e mostrando os benefícios sociais do esporte, como inclusão, integração, socialização, fuga do mundo da criminalidade...
“Quando algo parecido com isso aparece nos programas esportivos, é alguém que veio de origem humilde e que conseguiu se tornar um bom atleta, um campeão. Assim, fala-se de sua vida sofrida, dos obstáculos vencidos e de como obteve sucesso... Apenas do conto de fadas!
“(...)
“A cada dia que passa, o esporte fica mais dependente da mídia e do dinheiro e vai deixando de lado suas características essenciais e benefícios para se adequar ao mundo capitalista. Ele vai ficando em segundo plano diante do que as pessoas julgam mais importantes: a vitória (a qualquer custo e usando até de meios ilícitos - doping), o dinheiro, o sucesso, a propaganda...
“Assim, a mídia exalta exacerbadamente o campeão e deixa de lado o competidor que não conseguiu obter êxito. Paralelamente, força-o a buscar a vitória custe o que custar (até usando meios ilícitos) para se enquadrar no modelo de esporte atual, onde apenas o campeão tem valor.” (Ilusão em massa: o papel da mídia no esporte, Werlayne Stuart Soares Leite)

quinta-feira, 1 de junho de 2017

OS ÍMÃS DA COLOCAÇÃO PRONOMINAL

CORRETO USO DA COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Muita dúvida surge em relação à colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos, o, a, lhe) na frase. Será que, na frase “Não me toque”, o pronome deveria ficar antes do verbo (Não me toque) ou depois dele (Não toque-me)? Tudo vai depender dos ímãs, que são palavras que puxam, atraem esses pronomes:

·       Qualquer palavra de sentido negativo é ímã, atrai o pronome: não, nunca, jamais, nem, ninguém, nada, etc. (Exemplo: Não me toque; Acho que ele nunca se tocou, etc.);

·       A palavra QUE - menos quando for substantivo - também é ímã. Sempre atrai o pronome (Ex.: Quero que me faça um favor!; Foi ela que se estropiou. Obs.: E aquele quê chamou-me a atenção. Aqui, o “quê” é substantivo, nome, e não é ímã. Significa algo mais, qualquer coisa, etc.); 

·       Qualquer advérbio (palavra que exprime circunstâncias de tempo, modo, lugar, afirmação, dúvida, etc.), como hoje (tempo), sempre (tempo), já (tempo), talvez (dúvida), agora (tempo), aqui (lugar), etc. (Ex.: Aqui se faz, aqui se paga; Eles agora se entendem; Tudo já se acabou; etc. Obs.: se, após o advérbio, houver pausa (com vírgula), não haverá a atração: Ontem, deram-me um presente);

·       Pronomes demonstrativos, este, esse, aquele, isso, isto, aquilo, etc. (Exemplos: Esse garoto se deu mal; Sabia que isso lhe faz bem?);

·       Pronomes indefinidos, aqueles que se referem a um ser de maneira vaga, imprecisa, indefinida, como: tudo, todos, vários, muitos, poucos, diversos, alguém, ninguém, etc. (Exemplos: Ninguém se culpou; Creio que todos o chamaram, etc.);

·       Conjunções subordinativas, palavrinhas que ligam as orações subordinadas às principais, como: porque, embora, conforme, se, como, quando, conquanto, caso, quanto, segundo, consoante, enquanto, quanto mais, etc. (Exemplos: Ficou bravo porque se danou; Quanto mais se gaba, mais se ilude. Obs.: se o “porque” for substituível pela palavra “que” (caso em que será explicativo), não atrairá o pronome. Exemplo: Fique quieta já, porque (que) chamaram-na de desequilibrada);

·       Pronomes relativos, que, quem, o qual, a qual, quanto, onde, etc. (Exemplos: Onde se estabeleceu a desordem?; Eis a moça a quem me dirigi). 

Somente nesses casos o pronome vem antes do verbo?
Não. Na expressão formada por em + Verbo no gerúndio, o pronome SE também fica antes do verbo: “Em SE tratando de dinheiro, não tomemos partido.” O mesmo acontece nas frases exclamativas e optativas (que exprimem emoção, desejo, etc.). Exemplos: “Que Deus o acompanhe!”; “Que ele se dê muito bem”, etc.
Outra construção frequente é a formada por preposição (geralmente a, para...) + Verbo no infinitivo (cantar, cantares, cantarmos, cantarem, etc.). Levando-se em consideração o som, que deve ser agradável, convencionou-se que o pronome também deve posicionar-se antes do verbo (Exemplo: Ao se trocarem, notaram vestes estranhas no armário; Para se promoverem, fizeram coisas terríveis; etc. Obs.: Se a preposição for A e o pronome, A ou O, preferir-se-á, por questão de sonoridade, a colocação após o verbo: Eu estava a olhá-la; Eu estava a olhá-lo).

E quando o pronome vem depois do verbo?
Em primeiro lugar, é bom saber que, se não houver ímã algum, o pronome pode ficar depois do verbo. Pode, mas é claro que, se for possível a próclise, ela será preferida, pois compactua com a tendência do português falado no Brasil. Veja algumas situações em que se deve colocar o pronome após o verbo:

·     Uma frase nunca deve ser iniciada por um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, o, a, lhe). Algumas inadequações: “Me faça um favor”; “Se preocupou comigo?” Corrigindo-os, teríamos: “Faça-me um favor”; “Preocupou-se comigo?”;

·     Em frases imperativas afirmativas (exprimem ordem, pedido), o pronome também fica depois do verbo: “Entregue-me o papel!”; “Dê-lhe o baralho”, etc.;

·     Com o gerúndio, o pronome prefere ficar após o verbo: “O evento ocorreu desse modo, evitando-se os conflitos”; “Vi as crianças perdendo-se entre agressões”, etc. (Obs.: na expressão formada por EM + SE + gerúndio, como já foi dito, o pronome (se) fica antes do verbo. Exemplo: Em se tratando de futebol, ele é o melhor).
  
O pronome também pode ficar no meio do verbo?
Pode, claro. Mas a mesóclise, como é chamada essa construção, é praticamente inexistente no português falado no Brasil, tendo em vista que a nossa tendência é pôr o pronome antes do verbo. Mas é inevitável neste caso: 1) quando a frase for iniciada por um verbo no futuro do pretérito do indicativo (eu faria, tu farias, ele faria, etc.); ou 2) no futuro do presente do mesmo modo (eu farei, tu farás, ele fará, etc.).
Outro detalhe: mesmo não sendo em início de frase, quando não existe ímã e o tempo verbal é um dos dois mencionados, pode-se intercalar o pronome: “Eu preferi-lo-ia mais bem passado” (não há ímã, e o tempo é o futuro do pretérito. Pode-se deixar o pronome no meio ou, preferível, colocá-lo antes: “Eu o preferiria mais bem passado”. Errado seria colocar o pronome depois do verbo no futuro do pretérito ou do presente: “Eu preferiria-o”).

Eu a amo ou Eu amo-a?
Tanto faz. Com os pronomes eu, tu, ele, nós, vós e eles, a colocação do pronome é facultativa (você escolhe se quer antes ou depois do verbo). Logo, “Eu a amo” e “Eu amo-a” estão corretíssimas.
O infinitivo isolado é outro caso opcional: “Sem ofendê-lo (ou Sem o ofender), eu gostaria de tirar uma satisfação”. Tome cuidado para não colocar o pronome após particípios (forma em que o verbo, geralmente, termina em DO, TO e SO, como cantado, vendido, dito, etc.: “Tenho dito-lhe” (errado); “Tenho lhe dito” (certo)).

E quando houver dois ou mais verbos?
Se esses verbos dependerem um do outro, tratar-se-á de uma locução verbal: “Todos querem dançar”; “Ele vai andando”, etc. Esse é um caso bastante simples. Se quiser ter a certeza de que sempre estará de acordo com a norma-padrão, é só deixar o pronome oblíquo átono sempre depois do principal, desde que este não esteja no particípio.
Exemplos: “Realmente não estamos entendendo-a”; “Ela quis dizer-me que está bem”. Se houver palavra atrativa (ímã) antes da locução, o pronome oblíquo poderá vir antes da locução ou depois do principal: “Realmente não A estamos entendendo” ou “Realmente não estamos entendendo-A”.
Se não houver ímã algum, o pronome oblíquo pode, na prática, adotar qualquer posição; de preferência aquela que não nos fira os ouvidos: “Ela ME quis dizer que está bem”; “Ela quis ME dizer que está bem”; “Ela quis dizer-ME que está bem” (as duas últimas construções soam de maneira mais natural; em se tratando de colocação pronominal em locuções verbais, quando houver mais de uma possibilidade, apele ao seu ouvido, ao som agradável).

Obs.: Antigamente se usava o hífen quando o pronome vinha depois do verbo auxiliar (Ela quis-me dizer...). Hoje em dia, esse procedimento não mais tem sido adotado, apesar de ainda ser considerado correto. Além disso, mesmo nos casos em que há ímã antes da locução, tem sido aceita a colocação do átono no meio dela. 
(Por: www.cursoderedacao.com)