quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

ENTREVISTA INTERESSANTE

ENTREVISTA DO ENTÃO CARDEAL ARGENTINO BERGOGLIO

O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio.

Começa a circular a transcrição de uma entrevista que fizeram com o então Cardeal Bergo­glio, na Argentina. Na verdade, foi uma emboscada executada pelo jornalista Chris Mathews, da MSNBC. Mas Ber­golio termina incomodando a Mathews de tal forma que a MSNBC nunca levou a entrevista ao ar. Ma­thews, ao perceber que seu plano falhava, arquivou o vídeo.
Um estudante de Notre Dame que cumpria serviço social na MSNBC  pegou a entrevista sem permissão e a entregou a seu professor.
O destaque da entrevista é seu debate acerca da pobreza.
O intercambio começa quando o jornalista trata de emboscar o cardeal, perguntando-o que opinava sobre a pobreza no mundo.

O Cardeal responde:
“Primeiro na Europa e agora na América, alguns políticos tem se dedicado a endividar as pessoas criando um ambiente de dependência.
Para quê? Para aumentar o seu poder. São grandes especialistas em criar pobreza e nin­guém os questiona. Eu luto para combater essa pobreza.
A pobreza se converteu em uma condição natural e isso é ruim. Minha tarefa é evitar o agrava­mento de tal condição. As ideologias que fabricam pobreza devem ser denunciadas. A edu­cação é a grande solução para o problema. Devemos ensinar/mostrar às pessoas como salvar a sua alma, mas indicando como evitar a pobreza e não permitir que o governo conduza o povo a esse penoso estado.”

Mathews ofendido pergunta: O senhor culpa o governo?
“Culpo os políticos que buscam seus próprios interesses. Você e seus amigos são socialistas. Vocês e suas políticas são a causa de 70 anos de miséria, e essa situação já existe em muitos países que estão no limite do colapso. Acreditam na redistribuição que é uma das razões da pobreza. Vo­cês querem nacionali­zar o universo para controlar todas as atividades humanas. Vocês querem destruir o incentivo do homem para, inclusive, cuidar de sua família, um crime contra a natureza e contra Deus. Esta ideologia cria mais pobres que todas as corporações que vocês adjetivam como diabólicas.”

Replica Mathews: Nunca tinha escutado algo assim de um Cardeal.
“As pessoas dominadas pelos socialistas necessitam saber que não temos que ser pobres.”

Ataca Mathews... E América Latina? Quer apagar o progresso conquistado?
“O império de dependência criado por Hugo Cháves, com falsas promessas, mentindo para que se ajoelhem ante seu governo. Dando-lhes peixes sem permitir-lhes pescar. Se na América Latina alguém aprende a pescar, é castigado e seus peixes são confiscados pelos socialistas. A li­berdade é castigada.
Você fala de progresso e eu de pobreza. Temo pela América Latina. Toda a região está con­trolada por um bloco de regimes socialistas como Cuba, Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela, Nicarágua. Quem os salvará dessa tirania?”

Acusa Mathews: Você é capitalista.
“Se pensar que o capital é necessário para construir fábricas, escolas, hospitais, igrejas tal­vez eu seja. Você se opõe a este processo?”

Por obvio que não, mas não pensa que o capital é retirado das pessoas pelas corporações abusivas?
“Não, eu penso que as pessoas, através de suas opções econômicas, decidem que parte de seu capital irá para esses projetos. A utilização do capital deve ser voluntária. Somente quando os políticos confiscam esse capital para construir obras de governo, alimentar a burocracia, surge um grave problema. O capital investido de forma voluntária é legítimo, mas o que se investe a base de coerção, é ilegítimo.”

Suas ideias são radicais, afirma o jornalista.
“Não, faz anos Khrushchev fez uma advertência: “Não devemos esperar que os americanos abracem o comunismo, mas podemos auxiliar aos seus líderes eleitos com injeções de socialismo até que, ao desper­tar, percebam que embarcaram no comunismo.” Isto está ocorrendo nesse momento no antigo bastião da liberdade. Como os EUA podem salvar a América Latina se eles se converteram em escravos de seu go­verno?”

Mathews afirma: Eu não posso digerir tudo isso.
O Cardeal responde:
“Você se vê muito irritado, a verdade pode ser dolorosa. Vocês cria­ram o es­tado de bem-estar que é somente resposta às necessidades dos pobres criados pela polí­tica. O estado interventor absolve a sociedade de sua responsabilidade. As famílias escapam de seu dever com o falso estado assistencialista, inclusive as igrejas. As pessoas já não praticam a ca­ridade e veem os pobres como problema do governo.
Para a igreja já não há pobres que ajudar, os empobreceram permanentemente e são agora proprie­dade dos políticos. E algo que me irrita profundamente é a incapacidade dos meios de comunicação de observar o problema sem analisar qual é a causa. Empobrecem as pessoas para que depois votem por quem os afundaram na pobreza.”

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