segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A MARCA DE AMOR

Um menino tinha uma cicatriz no rosto, as pessoas de seu colégio não falavam com ele e nem sentavam ao seu lado, na realidade quando os colegas de seu colégio o viam franziam a testa devido à cicatriz ser muito feia.

Então, a turma se reuniu com o professor e foi sugerido que aquele menino da cicatriz não frequentasse mais o colégio, o professor levou o caso à diretoria.

A diretoria ouviu e chegou à seguinte conclusão: Que não poderia tirar o menino da escola, e que conversaria com ele, e ele seria o último a entrar em sala de aula, e o primeiro a sair. Desta forma, nenhum aluno veria o rosto do menino, a não ser que olhasse para trás.

O professor achou magnífica a ideia da diretoria, sabia que os alunos não olhariam mais para trás.

Levada a decisão ao conhecimento do garoto, ele prontamente aceitou a imposição do colégio, com uma condição: Que ele compareceria na frente dos alunos em sala de aula, para dizer o porquê daquela CICATRIZ.

A turma concordou e, no dia, o menino entrou em sala, dirigiu-se a frente e começou a relatar:

- Sabe turma, eu entendo vocês. Na realidade esta cicatriz é muito feia, mas foi assim que eu a adquiri:

"Minha mãe era muito pobre e, para ajudar na alimentação de casa, ela passava roupa para fora. Eu tinha por volta de 7 a 8 anos de idade..."


A turma estava em silencio atenta a tudo. O menino continuou: 

"Além de mim, haviam mais 3 irmãozinhos: um de 4 anos, outro de 2 anos e uma irmãzinha com apenas alguns dias de vida."

Silêncio total em sala.

- ...Foi aí que, não sei como, a nossa casa que era muito simples, feita de madeira, começou a pegar fogo. Minha mãe correu até o quarto em que estávamos pegou meu irmãozinho de 2 anos no colo, eu e meu outro irmão pelas mãos e nos levou para fora. Havia muita fumaça, as paredes que eram de madeira, pegavam fogo e estava muito quente... 

"Minha mãe colocou-me sentado no chão do lado de fora e disse-me para ficar com eles até ela voltar, pois ela tinha que voltar para pegar minha irmãzinha que continuava lá dentro da casa em chama.  Só que, quando minha mãe tentou entrar na  casa em chamas, as pessoas que estavam ali não deixaram-na buscar minha irmãzinha. Eu via minha mãe gritar:

- 'Minha filhinha está lá dentro!'


"Vi no seu rosto o desespero, o horror, e ela gritava... mas aquelas pessoas não deixaram minha mãe buscar minha irmãzinha.

"Foi aí que decidi. Peguei meu irmão de 2 anos que estava em meu colo e o coloquei no colo do meu irmãozinho de 4 anos, e disse-lhe que não saísse dali até eu voltar.

"Saí de entre as pessoas, sem ser notado e quando perceberam eu já tinha entrado na casa. Havia muita fumaça, estava muito quente, mas eu tinha que pegar minha irmãzinha. Eu sabia o quarto em que ela estava.

"Quando cheguei lá ela estava enrolada em um lençol e chorava muito... 


"Neste momento vi caindo alguma coisa, então, me joguei em cima dela para protegê-la, e aquela coisa quente encostou-se em meu rosto..."

A turma estava quieta atenta ao menino e envergonhada então o menino continuou: 


- Vocês podem achar esta CICATRIZ feia, mas tem alguém lá em casa que acha linda, e todo dia quando chego em casa, ela, a minha irmãzinha, me beija, porque sabe que é marca de AMOR!

Vários alunos choravam, sem saberem o que dizerem ou fazerem, mas o menino foi para o fundo da classe e imovelmente sentou-se. 


(ANÔNIMO)

2 comentários:

  1. Belo texto. Bela história. Sinto quando vejo bom texto não ter um autor a quem homenagear... Bem a história é bonita e chama atenção, as pessoas costumam julgar apenas o que está ao alcance dos olhos. Ninguém quer saber realmente quem é aquela pessoa, mas julgar, isso muitos sabem fazer bem. Lembrei de uma história que minha mãe me contou uma vez, minha avó teve muitos filhos e quando a maioria era criança houve um incêndio na casa em que eles moravam. Não houve grandes consequências, graças a Deus, mas foi a primeira coisa que essa crônica me lembrou.

    Beijoos!

    ResponderExcluir